sábado, 26 de julho de 2008

A força dos bloggs na Viralização

Não deu para, como bloggueiro, ficar de fora da discussão. Muitos me perguntaram o que eu achava sobre a ação da Coca-Cola para a divulgação do seu novo hidrotônico i9 através dos blogs...





Acontece que a Coca-Cola, através de sua equipe de relações públicas, decidiu enviar para 9 blogueiros selecionados no Brasil como formadores de opinião uma mini geladeira personalizada, que se ligava através da porta USB do computador, contendo em primeira mão uma garrafa de i9 - antes de seu lançamento. Quando os blogueiros ligavam a geladeira, surgia um pop up na tela do computador com uma parte diferente do making of do filme de lançamento.



Foi o suficiente para alguns veículos acusarem os selecionados de serem "blogs-de-aluguel". Nada disso! Ninguém recebeu dinheiro pela ação, a geladeira não foi condicionada a nenhum post e a Coca não direcionou opiniões sobre o produto. Apenas foi habilidosa em proporcionar a alguns formadores de opiniões a experiência com o produto, antes dos demais mortais, para que estes se sentissem privilegiados e motivados a comentar.



Isso se chama "conteúdo publieditorial" em um bom planejamento de marketing e sempre foi feito também nos veículos offline. Ou estes mesmos jornalistas se esquecem agora que sempre receberam brindes, convites para eventos, passagens para assistir ao lançamento de novos produtos? Ou será ainda que eles também se sentiam "jornalistas de aluguel", nestas situações, ao escrever sobre tais eventos ou produtos? Nenhum dos exemplos, em minha modesta opinião caracterizam nada de errado. Muito pelo contrário! São formas legítimas e inteligentes de se fazer marketing. A única diferença neste recente caso da Coca-Cola é que utilizaram um canal online - e que já tem bastante força. É natural que jornalista "das antigas" não entendam e se sintam preteridos.



Mas, tenho certeza que com o tempo esta discussão não existirá mais pois entenderão que o canal online nada mais é do que a evolução tecnológica dos mesmos meios offline. Também pode e deve ser utilizado para estas ações, com a devida adaptação de linguagem e relacionamento. Mas, os antigos que se segurem pois a tendência e cada vez mais estes novos canais ganharem força por sua credibilidade, por suas características e por sua proximidade com os leitores. A Coca já percebeu isso... É uma tendência irreversível de desconstrução de ícones midiáticos.



Veja o vídeo de lançamento clicando aqui.



Veja um dos sites personilizados para os bloggueiros.



nota do editor: campanha a parte, o produto é bom inclusive; o primeiro hidrotônico que provei sem gosto de soro, parece mais uma H2OH!

(em tempo, antes que me acusem de algo, não tive a sorte de receber uma geladeira)




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Após um mês, qual foi o resultado da ação? 

Acredito que melhor que o esperado, pois além da divulgação planejada nos blogs (onde dos 9 escolhidos, 5 publicaram posts), houve uma multiplicação de conteúdos motivados pelo polêmico termo "blogs-de-aluguel", atingindo aproximadamente 16.900 posts e matérias comentando o lançamento do produto e/ou a campanha de uso dos blogs - quase todos defendendo a ação! 

Chegou até mesmo ao O Globo.

2 comentários:

Unknown disse...

Fred, (1) como que as empresas que planejam realizar ações de marketing viral através de "blogueiros influentes" podem fazer para mapeá-los? (2) Existem artigos / best practices sobre iniciativas de sucesso sobre a utilização desse canal? (3)Como tem sido a postura das agências de publicidade em relação às campanhas on-line, visto que receita das agências normalmente está atrelada à comissão sobre o custo de veiculação em mídias onerosas e tradicionais, como TV?

Fred Pacheco disse...

Muito bem comentado, Gaspar.
Estes são pontos-chave. A saber:
(1) como estes posts estarão em sites independentes, a medição não costuma ser exata; o básico é observar quantas pessoas chegaram ao seu site imediatamente após ler um blog; outra forma mais exata é fornecer um código para exibição da imagem da geladeira, por exemplo, com um pixel contador que fará o controle da exposição e conversão.
(2) ainda é um canal muito jovem, onde estamos em fase de teste e aprimoramento; existem bons cases por exemplo de vídeos que se espalharam gratuitamente como da VW EUA ou a Grazi no Brasil; mas de publieditorial com blogs, ainda não vi publicarem resultados.
(3) este provavelmente é hoje o maior freio para os canais online; sem o incentivo das comissões de veiculação, as agências ainda não dão a devida importância; mas acredito que o modelo cada vez mais migre para contas de relacionamento com fees de criação e mais sucess fees baseados em resultados, e é aí que o planejamento integrado imergirá com força e levando o online a patamares maiores que os vergonhosos 7% de hoje.
Abraços, Fred.